Na semana passada, levei a minha mãe à casa do meu irmão em Vargem Grande-SP que fica logo depois de Cotia. Na volta à São Paulo, quando o ônibus passou perto da Estação Clínicas, desci para pegar o metrô. Logo de entrada me deparei com os painéis enormes desenhados na parede do corredor da estação, alusivos ao Centenário da Imigração japonesa. Aí tinha apresentado a história da imigração japonesa em 7 painéis com fotos da época separados em 6 fases, desde o Kasato-maru até os Dekaseguis. A saga dos imigrantes japoneses, da esperança à dura realidade ainda no país estrangeiro, vítimas de moléstias como febre amarela e malária, perseguição sofrida durante a segunda guerra mundial, conflito dentro da colônia japonesa entre Kachigumi (aqueles que acreditaram na vitória do Japão) e Makegumi (aqueles que aceitaram a derrota do Japão). Foi longo caminho até aqui, e agora a colônia japonesa festeja o Centenário.
“Japonês é garantido” . Esta é a palavra que representou os japoneses no Brasil até agora. No Brasil são freqüentes as pessoas receberem cheques sem fundo e para se prevenir do prejuízo os comerciantes só vendem em dinheiro para os desconhecidos. Logo depois que mudei para o Espírito Santo, fui visitar um amigo no município vizinho. Na volta passei em frente a um açougue e vi um pedaço de carne bonito no balcão. Resolvi comprar 3 quilos. Na hora de pagar, enfiei a mão no bolso, mas nada de dinheiro vivo e só achei um talão de cheque. Em tom de desculpa eu disse“ Só tem cheque”. O dono do açougue até abriu um sorriso e disse “Não tem problema, aqui não tem luxo de recusar o cheque do japonês” Obrigado os pioneiros que estabeleceram esta fama. Daqui em diante qual adjetivo será que os japoneses vão ganhar ? Certamente a colônia japonesa vai se integrar mais na sociedade brasileira num mundo de mudança acentuada. Gostaria de acompanhar o trajeto com esperança.
Anotei alguns números interessantes do painel. Nos 3 anos entre 1932 e 34, chegaram aqui mais de 60 mil imigrantes japoneses devido à Recessão mundial e ao grande terremoto de Kantou (região de Tokyo). Em 1937, conforme a pesquisa , 85 % dos imigrantes tinham intenção de voltar para o Japão em vez de fixar moradia aqui. A população rural dos imigrantes representava 58% em 1958 e caiu drasticamente para 19% em 1978. Uma decisão dos japoneses contribuiu para esse êxodo rural. Essa época os japoneses perceberam que o sonho brasileiro é mais fácil realizar com a educação e mandaram seus filhos para ensino superior sacrificando suas vidas. Foi uma incansável perseguição ao sonho no meio de desespero e miséria, e deu certo.
No Japão agora estão em torno de 300 mil nikkeis, maioria nascidos no Brasil e o número de naturalizados estão aumentando. Peço ao Japão que receba os nikkeis com mesmo carinho que o Brasil recebeu os japoneses, e que eles sintam felizes vivendo no Japão. Estamos na era da globalização e o Japão precisa de imigrantes. O Japão sabe se comportar como adulto na economia mundial e agora a vez de mostrar uma solução no aspecto social e o mundo está observando com que habilidade o Japão resolve este problema.
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