2008年4月21日月曜日

Obrigado o Espírito Santo!

As comemorações do Centenário da imigração japonesa estão se desenrolando em vários lugares do Brasil e o Espírito Santo não fica por trás. No dia 10 de abril, houve a homenagem aos japoneses pioneiros e àqueles da área político-econômica que contribuíram para a vinda de japoneses ao estado. Os japoneses com mais de 72 anos de idade também receberam o diploma e buquê de flores, dentre eles, minha mãe de 86 anos e a sogra de 75 anos. A cerimônia teve lugar na Assembléia Legislativa por iniciativa da própria casa e se reuniram muitos japoneses e autoridades locais. Na ocasião, soube que moram em torno de 1000 nikkeis (japoneses e seus descendentes) no estado.
Obrigado o Espírito Santo! por nos receber com carinho.

Nós mudamos para o Espírito Santo há quase 31 anos. Na época havia poucos japoneses. Quando a gente andava na rua com a filha de 1 ano no colo, as pessoas paravam para ver e tocar e falavam “Parece que é uma boneca de porcelana”. Durante 10 anos seguidos da mudança para o estado, uma ou duas vezes por ano íamos ao São Paulo para ver os parentes nas férias. Mas ninguém olhava para a gente mesmo com as crianças no colo. Aí a saudade de ser paparicado batia e queria voltar para casa quanto antes. Bons tempos!

O pessoal de São Paulo está acostumado com japoneses, mas aqui é raro se encontrar com japoneses na rua. Portanto, ainda nos perguntam com ar de curiosidade “Vocês são japoneses?” Eu respondo “Nasci no Japão, mas sou Brasileiro porque me naturalizei”. Mas minha mulher, que nasceu no Rio, que já se declara japonesa, dependendo do humor do dia, retruca “Nasci aqui, mas você me chama de japonesa? Então, quem são os brasileiros? só os índios” Aí, a pessoa fica sem jeito.

O Brasil é o país de miscigenação. Desde o descobrimento em 1500 por portugueses, o Brasil é o palco de mistura de raças e nacionalidades. Japoneses só tem 100 anos da imigração e além do mais, as diferenças de raça, língua , religião e costume atrasaram a integração à sociedade brasileira. E o mais importante, a cara de japonês, o inegável traço, provoca a curiosidade com esse tipo de pergunta acima. Os nikkeis são chamados de japoneses aqui no Brasil e os que moram no Japão (dekaseguis) vivem como brasileiros na consciência.

Fomos assim quando morávamos no Japão há vinte e tantos anos atrás, como representante da firma brasileira no Japão. Na época só poucos brasileiros moravam no Japão e a minha esposa andava sempre a bandeira brasileira nas costas, claro no sentido figurado. Quando alguém falava mal do Brasil, ela defendia com unhas e dentes e se emocionava ao ouvir o hino nacional. Vendo isso, a vizinha comentou, “O Brasil deve ser um país maravilhoso, porque aqui no Japão não existe nenhuma patriota como você”. E aqui no Brasil? Ela fica nervosa quando alguém fala mal do Japão e canta Kimigayo (hino nacional japonesa) do fundo de coração.

Agora estamos na era da globalização. As mercadorias e as pessoas se movem independente de nacionalidade em busca de novos mercados, empregos e lugares para morar. Será que algum dia podemos dizer “Somos terráqueos”? Espero que não acabe em sonho.

Depois de aposentado, para exercitar os movimentos de dedos, estou aprendendo a tocar violão. Às vezes, os dedos não obedecem o comando do cérebro. Estou apaixonado com a musica “Imagine” de John Lennon.

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